Tragédias fazem parte de fenômenos inesperados que surgem ou que podem ocorrer em qualquer sociedade, país, seja ela, a chamada sociedade industrializada ou menos industrializada. Usualmente, as tragédias se mostram via violência, fenômenos naturais como cheias, erosão de terras ou por acidentes voluntários ou involuntários com base em erro humano ou nigligência. Independentemente da sua origem ela é repudiada, negativizada e ninguém o deseja, pois ceifa vidas e coloca as pessoas ao relento, daí mobilizar esforços físicos e sensíveis/espirituais no sentidos de sua superação, consolação entre outras formas dos humanos mostrarem o quanto sentem pelo sucedido.
Nesta madrugada do domingo dia 27 de janeiro de 2013, a mídia televisiva dava notícia da morte de mais de 100 jovens por asfixia, pisoteamento e por fogo em uma boate no município e cidade da Santa Maria no Estado do Rio Grande do Sul - Brasil. Conforme se procedia o resgate e socorro dos corpos e feridos, ia-se atualizando o número das vítimas e até as 14h13 contabilizava-se aproximadamente 245 corpos sem vida no local.
Mas uma questão nos apoquenta: como é que um local que podia albergar mais de 2000 pessoas, fechado funcionava à revelia se as autoridades locais sabiam da sua existência?
Certamente que esta tragédia não foi premeditada, ou seja, foi involuntária, mas ja é sabido que contribuiu para esta perda de vidas, a nigligência, o erro humano, pois o local não continha saída ou número suficiente e normatizado por lei de emergência.
Baixando o dedo acusador nesta hora de tristeza, visualiza-se que todas mídias, população em geral estão todos consternados diante da tamanha tragédia que ceifou vidas humanas.
As autoridades Estaduais estão no local para acompanhar de perto o trabalho dos bombeiros, médicos e voluntários, ajudando ou consolando os parentes das vítimas.
Uma personalidade de destaque que horas depois de se anunciar este acontecido se prontificou a se deslocar até ao local, cruzando o céu do Brasil e, para quem conhece a dimensão deste país continental foi a Presidente Dilma Rousself. Nestas horas a Presidente do Brasil está lá em Santa Maria-RS a consolar e a apoiar os esforços do resgate e identificação dos corpos. Isso mostra o comprometimento pelo seu país.
O país não se resume a terra, ao material, mas sim a pessoas, eleitores, concidadãos.
Observando este gesto no sentido oposto, a de Moçambique, os acontecimentos mostram o contrário. Enquanto o país, a zona sul do país está a ser fustigado pelas cheias, erosão de terras e com as populações a perderem vida, seus bens como casas, bens materias, animais e culturas, o Presidente mostrou através da midia tevevisiva e em direto a comemoração de seu aniversário natalício. O presidente de Moçambique completava 70 aos de vida no dia 20 de janeiro. Nesta situação, os seus bajuladores a desejarem vida eterna e muito sucesso.
Certamente as populações que estavam/estão nos albergues/escolas e que perderam todos bens e membros de suas famílias estavam a assistir a festança. Com fome, preocupados e aflitos.
Eleitores! Sei que estas palavras serão submetidos a diversas significações. Uns dirão: que o presidente iria fazer lá, se as populações ja perderam tudo? Tinha mesmo que prosseguir com sua agenda, a festança.
Outros dirão: não se pode criticar o criticável, pois o presidente, num dia oportuno irá se manifestar e, é de fato isso, pois mediante a crítica dos cidadãos comprometidos e, passados dias depois se deslocou a um ponto das zona onde estão determinadas populações e fez seu show comício.
É, esta forma de pensar tem a ver com a constituição de determinado povo, com a selecção e prioridade dos valores e, não é por acaso que se diz que cada povo merece seus dirigentes.
Para um povo que foi preparado/instruido a não questionar e sim concordar com tudo que vem das hierarquias no poder, a abanar a cabeça perante o rei em jeito de Yes Lord, certamente que não faz sentido relacionar a tragédia acontecido hoje dia 27 de janeiro aqui no Estado onde me encontro com a situação das cheias, erosão de terra onde se perdeu casas e vidas, situação que está sucedendo em Moçambique, meu país.
A insensibilidade dos dirigentes moçambicanos e das instituições que deveriam tomar nota e conta dos problemas das populações é expressivo. Em muitos casos as populações se sentem desprotegidas do Estado e não nutrem confiança das suas instituições.
É caso para questionar, até quando este Moçambique irá despertar e de braços unidos caminhar para o social e comprometimento coletivo.
Pedra Pedra construíndo novo dia, Milhões de braços, Uma só força, Oh, Patria amada, Vamos vencer.